Suponho que mesmo antes do combate entre Golias, representando os filisteus, e Davi, representando os israelitas, fosse comum as nações designarem lutadores para resolver suas diferenças sem a necessidade de batalhas demoradas e sangrentas que sacrificavam milhares. Um contra um era uma maneira prática e justa de fazer a guerra — mesmo que, no caso de Davi e Golias, a desproporção entre os combatentes fosse notória: Golias só tinha o tamanho e a força bruta, Davi tinha a juventude e a técnica, além de Jeová ao seu lado. (Há quem date daí a discussão sobre arte x força que, séculos mais tarde, viria dominar as conversas sobre futebol no Brasil.)
Não sei por que as atuais diferenças entre cristãos, muçulmanos e judeus não podem ser resolvidas da mesma maneira, os três lados designando seus heróis — no caso o deus de cada um — para representá-los num torneio nas altas esferas, poupando milhares de vidas entre os seus seguidores aqui embaixo.
O Deus cristão, Alá e Jeová decidiriam, de alguma forma — talvez em duelos de relâmpagos, ou no mínimo no par ou impar — qual dos três é a única divindade legitima, desobrigando seus fiéis na Terra de recorrerem a bombas e Tomahawks. Sei lá, é só uma ideia.
Chuchu II
No domingo passado escrevi sobre o chuchu. Mais especificamente sobre a origem da expressão "pra chuchu", e como seria sua tradução em inglês. Só revelei minha total ignorância de botânica e etimologia, como não pararam de me dizer parentes, amigos e leitores.
Usa-se "pra chuchu" como sinônimo de muito porque chuchu vem de uma trepadeira especialmente dadivosa, que o produz... bom, pra chuchu. O nome do vegetal em inglês é "chayote" mas este também é o seu nome em espanhol, pois ele nasceu no México.
O nome vem de "chayohtli", na língua nahuatl. Em francês "chou" é couve mas lá dizem muito, para filhos e amantes, "chou-chou", como em "viens, mon chou-chou". Na Índia ele se chama "chow-chow". É da mesma família do pepino e do melão, mas eles negam.
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