Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores nomes da literatura nacional, Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936. Aos 16 anos, foi morar nos EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6. É jornalista, mas “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins de 1966, e atuou como tradutor, no Rio de Janeiro. Casado há mais de 30 anos com Lúcia Verissimo (“não é a atriz, não é a atriz!”), sua primeira “namorada séria”, tem três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

As cobras no Terra Magazine

As cobras

Luis Fernando Verissimo 


Luis Fernando Verissimo desenhou As Cobras durante quase trinta anos, para vários jornais. Em 1997, ao completar 60 anos, o escritor concluiu que "não ficava bem um sexagenário desenhando cobrinhas" e as aposentou. Em 2006, criou para o lançamento de Terra Magazine uma série de tiras inéditas (que podem ser vistas nos links abaixo), e permitiu, generosamente, que fossem garimpadas de seu acervo pessoal, algumas Cobras clássicas, que Terra Magazine reedita a cada segunda-feira.

- http://terramagazine.terra.com.br/galerias/0,,OI135181-EI6577,00-Mais+Cobras.html
- http://terramagazine.terra.com.br/galerias/0,,OI28497-EI6577,00.html

A seleção é difícil pela quantidade e deliciosa pela qualidade. Ressurgem assim personagens antológicos como Dudu o Alarmista, Queromeu o Corrupião Corrupto, as lesmas Flecha e Shirley, e séries como as Cobras "no Espaço", "na Praia" e "frente ao infinito".

São personagens criados no início dos anos 70, quando Verissimo escrevia diariamente para o jornal Folha da Manhã, de Porto Alegre. A idéia era "um desenho rápido, que não desse muito trabalho e substituísse o texto da minha coluna, nas edições de sábado", explica o autor. "Por que cobras? Porque cobras é fácil de desenhar. Cobra é só pescoço e não tem mão."

Além das Cobras, o escritor também se aventurava pelo cartum, que sempre considerou "a forma mais concisa, e mais difícil, de humor". Em seu primeiro livro, O Popular (Editora José Olympio), de 1974, as crônicas eram entremeadas com cartuns e quadrinhos.

Três anos mais tarde, já cult na imprensa gaúcha, As Cobras apareceram pela primeira vez em livro junto com outros desenhos (As Cobras e outros Bichos, L&PM, 1977). Na introdução ao livro, Verissimo afirma que já desenhava antes de escrever, mas faz uma avaliação bem-humorada de seus dotes artísticos:

"Tenho um problema curioso para um desenhista. Não sei desenhar. Isto não me impede de insistir com o desenho, apesar dos conselhos de amigos, das indiretas da família e de telefonemas ameaçadores. Insisto, em primeiro lugar, por conveniência. Não digo que uma imagem valha mil palavras, mas umas 500 - o necessário para encher uma coluna de jornal - vale. Qualquer cronista diário daria a sua mão direita para poder desenhar em vez de escrever, de vez em quando, se fosse canhoto."

Exagerado na auto-crítica, claro. As tiras das Cobras têm a concisão dos melhores humoristas e a linguagem certeira de um dos textos mais admirados do país.

Fonte: Terra Magazine - http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4954085-EI11360,00-As+cobras.html

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