Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores nomes da literatura nacional, Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936. Aos 16 anos, foi morar nos EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6. É jornalista, mas “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins de 1966, e atuou como tradutor, no Rio de Janeiro. Casado há mais de 30 anos com Lúcia Verissimo (“não é a atriz, não é a atriz!”), sua primeira “namorada séria”, tem três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Obama e a Pippa - Estadão, O Globo e Bom Dia (05/05/11)

Obama pegou Osama. Numa única semana o Baraca respondeu aos críticos da direita que o acusavam de não ter nascido nos Estados Unidos, apresentando sua certidão de nascimento, e aos que o chamavam de frouxo no combate ao terrorismo, localizando e mandando matar o Bin Laden, que Bush tinha deixado escapar quando ele foi encurralado em Bora Bora. É verdade que quem não acreditava no Obama continua não acreditando. (Piada que corre: a certidão de nascimento não convenceu, agora querem ver a placenta). Na sua cobertura da morte de Bin Laden a rede Fox News quase não mencionou o presidente, preferindo destacar os méritos do governo Bush na sua perseguição. Mas as próximas pesquisas de opinião devem mostrar uma melhora na avaliação do Obama. Agora só falta a economia reagir ou a Michelle engravidar e a reeleição está garantida.

Casamento. Gente, e a Pippa? Todo o mundo prestando atenção na cauda da Kate e na fantasia de general de opereta do William e a verdadeira atração da festa era a irmã mais moça da noiva, Philippa, chamada Pippa. Ela só não foi mais importante do que a cauda porque a cauda tinha mensagem. Com a Inglaterra sofrendo sob as medidas de inédita austeridade impostas pelo governo conservador, a cauda foi encurtada um pouco para não parecer um acinte, mas não tanto que perdesse a imponência. Uma cauda longuíssima como a que Diana arrastou no seu casamento, em tempos melhores, destoaria dos sacrifícios que a nação é obrigada a fazer. Como estava, estava de bom tamanho. De bom tamanho também estava a Pippa, menos bonita do que a irmã mas mais interessante, e mais, como direi, rechonchuda. Grande palavra que, como se sabe, não quer dizer gorda e sim saliente nos lugares certos. O príncipe Phillip está meio apagadão. Não é verdade que tenha acordado no meio da cerimônia e perguntado quem era o louco que estava se casando. Já a rainha parece cada vez mais encantada com seus próprios chapéus. Pode-se imaginar que seu prazer de reinar hoje se resume no prazer de usar chapéus. O que explicaria sua relutância em renunciar em favor do Charles. Como renunciar aos chapéus? E Charles continua sendo a inutilidade mais cara do mundo.

Inevitável. (Da série Poesia numa Hora Dessas?!)

Assim tem sido através dos tempos
e em qualquer era:
o imprevisto sempre acontece
quando menos se espera.

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