Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores nomes da literatura nacional, Luis Fernando Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de setembro de 1936. Aos 16 anos, foi morar nos EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6. É jornalista, mas “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”. Antes de se dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins de 1966, e atuou como tradutor, no Rio de Janeiro. Casado há mais de 30 anos com Lúcia Verissimo (“não é a atriz, não é a atriz!”), sua primeira “namorada séria”, tem três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Luís Fernando Veríssimo será atração no Press Award 2011 na Flórida

O escritor gaúcho será o 1º convidado do projeto “Minha Pátria, Minha Língua”, criado para promover o idioma português e a literatura brasileira no exterior

Desde já antecipado como uma das grandes atrações tanto do Focus-Brazil quanto do PressAward 2011, de 13 a 16 de abril no Broward Center, em Fort Lauderdale (FL), o cronista e romancista gaúcho Luís Fernando Veríssimo será o primeiro convidado do projeto “Minha Pátria, Minha Língua”, criado pelos jornalistas Roberto Lima e Carlos Borges para promover o idioma português e a literatura brasileira no exterior.
Luís Fernando Veríssimo falará de literatura no dia 13 no Focus-Brazil, a partir das 11 da manhã na sala Abdo New River do Broward Center e no dia seguinte (14) participará de uma noite de autógrafos promovida pelo Centro Cultural Brasil-USA  de seu mais recente lançamento, “Os Espiões”, a partir das 8 da noite na “Ornare”, no Miami Design District.
O escritor, que por duas fases em sua vida viveu nos Estados Unidos, será homenageado em 16 de abril, durante a cerimônia de premiação de Arte & Cultura do  Brazilian InternationalPress Award, com o “Lifetime Achievement Award”, juntando-se aos 3 premiados anteriormente nessa categoria: Nélida Piñon, João Ubaldo Ribeiro e Ana Maria Machado.
Na entrevista abaixo, Luís Fernando Veríssimo fala de sua iniciação profissional, dos tempos em que morou nos Estados Unidos e o significado da premiação que receberá.

• O senhor viveu parte de sua infância e adolescência nos Estados Unidos, com a família? Conte-nos como foi esta experiência?
• Luís Fernando Veríssimo: Vivi dos 7 aos 9 anos na Califórnia, entre San Francisco e Los Angeles, e dos 16 aos 20 em Washington - DC. No primeiro período, de 43 a 45, peguei a Segunda Guerra Mundial, que terminou quando estávamos voltando para o Brasil. No segundo peguei a Guerra Fria, o MacCartismo, o começo da desegregação nas escolas, o ElvisPresley e o nascimento do rock. Foram duas boas experiências que influíram muito na minha vida e nos meus gostos.  

• Filho de um escritor consagrado como Érico Veríssimo, fale-nos das dificuldades de construir uma carreira na literatura tendo que conviver com eventuais comparações.
• Luís Fernando Veríssimo: Minha carreira jornalística e depois literária foi meio acidental. Não tinha diploma de nada e custei um pouco a encontrar minha vocação. Não tinha a menor intenção de ser escritor e ser filho de um escritor conhecido talvez tenha algo a ver com isto. Mas quando comecei a escrever em jornal o fato de ter um sobrenome conhecido ajudou, claro. O que eu faço é diferente do que o meu pai fazia, não tem havido comparações. Pelo menos que eu saiba.

• Seu novo livro “Os Espiões” é um romance. É difícil para um cronista de ofício transitar com segurança entre um gênero ao outro?
• Luís Fernando Veríssimo: Na verdade, “Os espiões” é o meu sexto romance. Todos são curtos, acho que a relação com a crônica está aí. Eu comparo fazer crônica e romance com pilotar um veleiro e pilotar um transatlântico. Claro que é muito diferente, mas os princípios de navegação são os mesmos.

• O senhor acha que uma crônica de humor pode ser usada para “resolver” assuntos importantes de um país?
• Luís Fernando Veríssimo: Não, a crônica e o humor não resolvem nada. Podem chamar atenção para o que precisa ser resolvido, mas nunca serão mais do que palpites, bem humorados ou não. 

• Fale-nos de seu novo trabalho.
• Luís Fernando Veríssimo: Deve sair um novo livro de crônicas este ano, mas ainda não está nada definido.

• Constata-se que os filhos de brasileiros nascidos nos EUA estão se distanciando da língua dos pais. O senhor acha importante iniciativas como o “Minha Pátria, Minha Língua” que visam a preservação da diáspora brasileira no exterior? 
• Luís Fernando Veríssimo: Acho importante não tanto por razões patrióticas, embora seja recomendável manter um vínculo da criança com o país dos pais, mas porque dominar uma segunda língua será sempre benéfico para a garotada.

• O Brasil acaba de eleger sua primeira presidenta. O que isto representa para o povo do país?
• Luís Fernando Veríssimo: Não sei se o sexo do presidente faz muita diferença. Vale pela novidade e pelo fato de seguir uma tendência mundial de cada vez mais mulheres governando, mas a Dilma foi obviamente eleita pela popularidade e pela recomendação do Lula. Pelo que sei dela, é uma pessoa competente.

• O que significa para o senhor receber um prêmio pela vasta contribuição à cultura brasileira?
• Luís Fernando Veríssimo: Estou muito honrado, principalmente por entrar numa lista de premiados desse valor. Não sei se minha contribuição justifica o prêmio, mas não estou me queixando.

Fonte: Site Brazilian Voice (http://www.brazilianvoice.com)

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